domingo, 2 de fevereiro de 2014


OBAMA  E O CONGRESSO AMERICANO

JUACY DA SILVA

Como acontece todos os anos, no final   de janeiro, os Presidentes dos EUA dirigem-se ao Congresso para apresentar um balanço da situação nacional, incluindo os desafios que devem enfrentar e as propostas  para supera-los. Este é “ESTADO DA UNIÃO”, na visão do chefe do Poder Executivo.

Este é o quinto balanço que OBAMA apresenta  ao Congresso. Durante seus primeiros quatro anos enfrentou uma das maiores crises econômicas e financeiras que  os EUA  já experimentaram nas últimas décadas ,além de duas guerras simultâneas no Iraque e no Afeganistão,  herdadas de seu antecessor G.W.Bush, do Partido Republicano.

Além dessas duas crises, também tem enfrentado  desafios em sua política externa como o combate ao terrorismo e o prospecto  de crises localizadas no Oriente Médio e Norte da África, a chamada primavera árabe, a Guerra civil na Síria, potencializadas pela  avanço do programa nucler iraniano e da Coréia do Norte.

No contexto internacional, depois de alguns reveses, Obama apresenta como resultados positivos a morte de Bin Laden e a desarticulação parcial da rede terrorista Al Qaeda; a derrubada das ditaduras no Egito e  Líbia, o fim da Guerra no Iraque e o  do fim da intervenção no Afeganistão em 2014. Outra notícia que apresentou como positiva foi o encaminhamento para a solução do programa nuclear iraniano, mediante acordo, para remover as barreiras econômicas e financeiras impostas aquele país, o mesmo acontecendo com a  ameaça nuclear da Coréia do Norte.

No plano interno podem ser destacados como aspectospositivos a recuperação da economia, mesmo que um tanto lenta mas com sinais de fortalecimento; os índices de desemprego na maior parte das regiões foram reduzidos de forma significativa; a política energética, com foco na produção de gas de xisto, pode de fato significar a independência dos EUA colocando o país como exportador de energia. Outro aspecto é recuperação do mercado imobiliário que também tem dado sinais de estar voltando aos patamares anteriores a crise, incluindo a valorização dos imíveis, que sofreram uma grande depreciação em decorrência da crise. Aos poucos também a reforma da saúde vai progredindo e já possibilitou a inclusão  de  milhões de pessoas que não tinham qualquer proteção nessa área.

Todavia, o maior desafio de Obama é a oposição republicana que domina a Câmara e a escassa maioria que os democratas têm no Senado que muito dificultam as relações com o Congresso. Esse fator  tem sido a pedra no sapato do Presidente que tem tido dificuldades para  aprovar suas propostas relativas ao orçamento; as  reforma da saúde e  imigratória e outros programas sociais e de desenvolvimento científico e tecnológico.

Como o prestígio do Presdiente  perante a opinião pública não anda muito bem e tendo em vista que a partir deste ano tem início as articulações para  as eleições do meio de mandato, quando vários governos estaduais, deputados e senadores terão que enfrentar as urnas,  a escolha do futuro presidente começa a fazer parte do tabuleiro politico.

Em uma jogada um tanto arriscada, Obama resolveu  confrontar o Congresso e afirrmou que irá realizar  uma série de ações,  “com  ou sem o apoio” do Legislativo, usando seus poderes presidenciais vai aumentar o salário mínimo para mais de dez dolares por hora nos contratos  do Governo, no que poderá  ser seguido  por vários governadores democratas, como forma de ampliar a  renda média do trabalhador e o poder aquisitivo do Mercado interno. Esta medida poderá também ser uma forma de pressão para que o Congresso também  eleve o   valor do salário mímino nacional.

Obama também se mostrou determinado em relação `as medidas para combater a desigualdade de renda entre as camadas sociais, a estimular a produção automobilistica que utilize fontes alternativas de energia, a apoiar mais diretamente a educação e a implementar de forma mais acelerada a  implantação das  reformas da saúde e imigratória

Dentro de poucas semanas as pesquisas de opinião pública deverão dizer se a população está convencida das propostas   apresentadas por OBMA e se o país está no rumo certo para voltar a crescer de forma sustentável e continuar ocupando seu espaço no cenário internacional. Disto depende o futuro dos democratas na Casa Branca.

JUACY DA SILVA, professor  universtário, titular e aposentado  UFMT, mestre em   sociologia, Email professor.juacy@yahoo.com.br   Blog www.professorjuacy.blogspot.com


 

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