quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A OUTRA AGENDA DE OBAMA
JUACY DA SILVA
Conforme referido  em artigo anterior, neste início de segundo  mandato, Obama tem duas agendas, a primeira  apresentada quando  de seu discurso ao ser empossado pelo Congresso, onde a maior parte das ações indicadas estão  voltadas para a política interna.
A segunda agenda, que ainda está um tanto oculta, vai sendo  construida aos poucos. Esta é voltada, fundamentalmente, para a política externa e tem dois pilares, um no Departamento de Estado, cujo novo secretário Senador J. Kerry,  candidato democrata derrotado  pelo então presidente George W Bush, que buscava a reeleição em 2004,  acabou de ser aprovado pelo senado na última quarta feira, em substituição a Hillary Clinton, uma  provável candidata a presidente   em 2016.
O outro pilar desta agenda deverá estar no Departamnto de Defesa, onde o indicado por Obama ainda tem que ser sabatinado e aprovado pelo Senado. Apesar de o mesmo ser ex-senador pelo Partido Republicano, parece que a sua confirmação pode enfrentar dificuldades exatamente entre seus ex-pares republicanos.
Ambos, Senadores Kerry e Chuck Hagel, são veteranos da Guerra do Vietnã e construiram suas carreiras politicas combatendo e criticando a referida Guerra. Por isso são considerados como  pacifistas, ou pombos, pelos defensores daquela e de outras guerras, a maioria do partido republicano, denominados de falcões(ou seja mais belicistas).
A diretriz básica de Obama, no caso da política externa, é no sentido de procurar esgotar primeiro todas as alternativas para a resolução pacífica para os atuais e futuros conflitos. Todavia, fez questão de reforçar a idéia de que esta postura não e um recuo e nem capitulação por parte dos EUA, em relação aos possíveis adversários e inimigos. Sempre que necessário se tornar o uso da força bélica como o ultimo recurso para defender, interna e externamente, os objetivos  vitais e os interesses nacionais  dos EUA, tal postura jamais será descartada.
Com  certeza esta agenda deverá  ser detalhada após as posses desses dois novos secretários e  por ocasião do discurso de Obama quando de sua apresentação sobre o “Estado da União’, onde deverá  fazer um balanço da caminhada realizada durante seu primeiro mandato e as linhas mestras do que serão os próximos anos.
A partir daí  esta agenda passa a estar articulada com a anterior e com  certeza será a consolidação  da  NOVA DOUTRINA OBAMA, com projeções para além de seu segundo mandato, marcando o posicionamento americano quanto aos principais desafios, conflitos e oportunidades no atual e futuro cenário geopolítico e estratégico mundial.
Os principais conflitos,  atualmente existentes ou potencialmente  como prováveis ameaças futuras  estão relacionados com a instabilidade política no Oriente Médio, Norte da África,  a questão nuclear envolvendo o iran e a Coréia do Norte; as disputas territorias envolvendo a China e vários de seus  vizinhos, a maioria dos quais parceiros ou aliados antigos dos EUA, o ‘renascimento’ do “ expansionismo” russo, a crise européia,  os investimentos militares da China, Índia,Rússia e outros países, o terrorismo, a criminalidade transnacional, onde o tráfico de  drogas, de armas, de pessoas, a corrupção,  a pobreza extrema em vários países,  as mudanças climáticas, o impacto das imigrações interncionais, a  defesa dos direitos humanos são alguns dos eixos   importantes  para o balizamento  desta nova doutrina.
Dependendo das estratégias a serem usadas para a implementação  desta agenda, Obama poderá ser lembrado  como o presidente que evitou  que o mundo continue mergulhado em conflitos localizados e, ao mesmo tempo,  como o timoneiro para a recuperaçao do prestígio e da hegemonia americana nesta segunda década do século XXI.
JUACY DA SIVA, professor universitário, UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br Blog www.professorjuacy.blogspot.com  Twitter@profjuacy

AS  AGENDAS DE OBAMA

JUACY DA SILVA

Na última segunda feira, perante quase um milhão de pessoas que se acotovelavam no “mall”, uma área que em Brasília poderia corresponder `a Esplanada dos Ministérios, e mais de 300 milhões nos EUA  e ao redor do mundo, Barack  Obama tomou posse perante o Congresso Americano, para seu segundo mandato, por mais quatro anos.

O interessante é que depois que uma pessoa é eleita e/ou reeleita presidente dos EUA, jamais pode se candidatar a cargo algum, razão pela qual quando um Presidente é empossado para um segundo mandato, geralmente  não sofre as pressões de uma próxima eleição e pode estabelecer compromissos que em seu primeiro mandato ficaram de fora ou apenas foram tangenciados.

Em seu discurso de pouco mais de 15 minutos Obama definiu objetivos e indicou de forma bem  rápida os caminhos que irá seguir pelos próximos quatro anos. Podemos considerar que existem, na verdade, duas agendas. Uma clara que foi detalhada em seu discurso e outra oculta que aos poucos irá tomando corpo, ao longo do segundo mandato.

A agenda explícita está calcada fundamentalmente na plataforma do Partido Democrata, boa parte nem chegou a ser discutida em profundidade durante a campanha pela reeleição. Segundo os Republicanos e outros setores conservadores, esta agenda é extremamente liberal e possivelmente não irá passar facilmente na Câmara Federal (House of Representatives) que é comandada pelo Partido Republicano.

Para contornar este obstáculo, Obama está definindo uma estratégia de ação que vai encurralar os republicanos a partir do apelo que o Presidente tem feito diretamente `a população, enfatizando que tudo de errado que acontece em Washington, D.C. a culpa é dos republicanos. Se esta forma de agir vai dar certo, somente as eleições  de meio do segundo mandato no ano que vem (2014), as chamadas “mid-term elections” vai demonstrar.

Se a população atender aos apelos de OBAMA com certeza o Partido Democrata deverá conquistar a maioria na Câmara e manter ou até ampliar a maioria que tem no Senado e ai, as próximas eleições para Presidente ficariam mais fáceis para os democratas, como aconteceu com Ronald Reagan que após cumprir oito anos de mandato conseguiu eleger Bush (pai) que era seu vice para mais quatro anos.

Os principais pontos desta nova agenda explícita de Obama são:

1)      apelo para uma união nacional, com o fortalecimento da classe média, com vistas a recuperação da economia, criação de empregos e preparar o país para os grandes desafios das próximas décadas;

2)     aprofundamento da reforma da saúde e resgate do sistema de seguro social/previdência/aposentadoria, que anda mal das pernas, sem reduzir benefícios e sem aumentar impostos, ou seja, através de uma gestão mais eficiente e transparente;

3)      reforma imigratória e apoio `a luta pelas liberdades civis, incluindo os direitos das minorias, onde Obama destacou os homosexuais e lésbicas, enfatizando que enquanto tais grupos não tiverem seus direitos reconhecidos como todas as demais pessoas, o país não avança.;

4)      ênfaze na questão das mudanças climáticas e outras medidas relacionadas com o meio ambiente e a sustentabilidade, setor que durante  o Governo Bush e o primeiro mandato de Obama foi bastante relegado;

5)      açao mais efetiva para combater a violência doméstica, onde o controle e proibição de vendas de armas de guerra possam evitar massacres como os que tem acontecido nas últimas décadas e que têm aumentado de forma grave nos três últimos anos.

6)      uso das negociações,  sem deixar de lado quando necessário o uso da força, para a resolução pacífica dos conflitos internacionais;

7)     fim da Guerra no Afeganistão e retirada total das tropas americanas em 2014, reduzindo sobremaneira os elevados custos dessas intervenções militares que acabam desgastando a imagem do país mundo afora.

Em relação `a agenda oculta, a que se refere as relações internacionais, `a política externa e de segurança nacional abordarei oportunamente.

JUACY DA SIVA, professor universitário UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Twitter @profjuacy Blog www.professorjuacy.zip.net

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

GESTÃO PÚBLICA E VIOLÊNCIA
JUACY DA SILVA
Um dos problemas mais sérios e que afetam profundamente a população brasileira é a onda de insegurança, de medo e de violência que campeia abertamente e que a cada ano vem aumentando. Pesquisas recentes realizadas por diversas organizações não governamentais e instituições de pesquisas indicam que 80% dos brasileiros tem muito medo de serem assassinados.
De acordo com o Instituto Sangari, que há mais de 30 anos elabora e divulga “O Mapa da violência no Brasil” em 2012 foram assassinadas 49.932 pessoas em nosso país. Os índices de homicídios (por cem mil habitantes) e o número total de assassinatos vem aumentando desde 1980.
Entre 1980 e 2010 ocorreram 1.091.125 homicídios, ou seja, mais de UM MILHÃO de pessoas perderam a vida de forma extrremamente trágica, é como se neste periodo tivessem caido 5.456 aviões com duzentas pessoas a bordo e ninguém houvesse escapado com vida. Quando cai um avião com 200 pessoas é uma tragédia, mas quando são assassinadas 50 mil pessoas a cada ano, parece que isto virou rotina.
No Governo Figueiredo, início da década de oitenta o número médio de assassinatos por ano foi de 20.319; no Governo Sarney passou para 25.534; durante o periodo Collor/Itamar foi de 30.535, na era FHC pulou para 38.049, culminando no Governo Lula com 46.016, podendo ser esperado novo record durante o Governo Dilma, quando esta média deverá ser superior a 50 mil por ano, a continuar esta tendência e forma pouco eficiente de gestão.
Duas notícias desta semana veiculadas no Site Contas Abertas, de autoria de Dyelle Menezes, destacam que o Governo Dilma deixou de investir R$1,5 bilhões constantes do orçamento de 2012 em segurança pública e que os gastos efetivamente realizados no ano passado foram de apenas 23,8% do orçamento do setor.
A outra notícia destaca que o Fundo Antidrogas, gerido pela Secrataria Nacional de Políticas sobre drogas, do Ministério da Justiça só aplicou 7% dos recursos orcamentários aprovados. E que durante os anos de 2004 a 2012, no Governo Lula/Dilma, apesar de terem sido aprovados R$590,6 milhões para ações relacionadas com o combate `as drogas, o montante utilizado pelo governo foi de apenas R$143,1 milhões ou seja, 24,2%.
Enquanto isto, existem no Brasil em torno de 2,8 milhões de usuários de cocaina, crack e outras drogas ilícitas. O Brasil só perde para os EUA em número de usuários de drogas ilícitas, onde 4,1 milhões de pessoas são dominadas pelo vício.
Outro dado preocupante, para a população, já que para os governantes e gestores públicos parecem que esses problemas não existem tamanha é a omissão e conivência com a violência que dominada nossa sociedade, é o déficit de vagas no sistema prisional brasileiro. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do planeta, 540 mil presos (afora mais de 100 mil que deveriam estar cumprindo penas), atraz dos EUA (2,2 milhões), China 1,6 milhões e Rússia com 740 mil detentos.
Entre 2001 (final do Governo FHC) e 2012 (Governo Lula/Dilma), o FUNPEN – Fundo Nacional Penitenciário, teve um orçamento de R$2,9 bilhões, mas o Governo Federal só conseguiu utilizar (gastar/investir) R$1,8 bilhões; deixando de usar a “bagatela” de R$1,1 bilhões de reais. O deficit no sistema prisional brasileiro é de 208 mil vagas. Cada nova vaga custa aos cofres públicos R$20.000,00 , ou seja, só o que o governo deixou de utilizar por imcompetência poderiam ser criadas mais 55 mil vagas, ou seja, o déficit do sistema penitenciário poderia ter sido reduzido em 26,4% e parte do problema da superlotação dos presidios e suas consequências poderiam ter sido minoradas.
Como se vê, boa parte ou talvez amaior parte da responsabiidade pela escalada da violência e do barril de pólvora que os presidios representam, além da situaçãoo vergonhosa e calamitosa como a existência das cacrolândias a céu aberto e em quase todas as esquinas do país, bem como a ação livre dos traficantes, decorrem da ineficiência da gestão pública, tanto na área da segurança, quanto em várias outras áreas da administração pública de nosso país.
Dinheiro e orçameno existem, basta ver o volume da arrecadação de tributos e os orcamentos públicos. Falta mesmo é competência e vontade política por parte de nossos governantes. Até quando o povo vai pagar impostos e ser relegado ao abandono?
JUACY DA SIVA, professor universitário, UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta.Email professor.juacy@yahoo.com.br Twitter @profjuacy

VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

 
JUACY DA SILVA

O Brasil é o segundo país no mundo em taxas de mortes po acidentes  com motociclistas, so perdendo para o Paraguai. É também o quinto em total de mortes em acidentes de trânsito, com 40.610  fatalidades em 2010,ficando atraz da Índia, da China (ambos com mais de 1,3 bilhões de habitantes enquanto o Brasil tinha apenas 190 milhões), dos EUA (que também tinha 311 milhões de habitantes  e da Rússia. Entre esses países, o Brasil ostenta a segunda maior taxa de mortalidade por acidentes de trânsito 21,4 por 100 mil habitantes.

Essas taxas variam por regiões e por faixas etárias das vítimas.  A maior taxa é a de idosos/as, com 27,4 por cem mil habitantes, de 26,7na faixa de 20 a 39 anos e de 24,0 na faixa de 40  a 59 anos. O Centro-Oeste possui a maior taxa nacional de 29,0 por 100 mil habitantes.

Em Mato Grosso também a violência no trânsito tem deixado seu rastro de forma triste. Entre 2002 e 2010  foram 7.331 mortes no trânsito, um aumento de 27,3%  das fatalidades no periodo, com um elevado custo social, econômico e financeiro tanto para as instituições públicas quanto para as famílias das  vítimas.

Segundo declarações do Ministro da saúde o SUS registrou 145 mil internações com acidentados  no trânsito em 2010, ao custo de 190 milhões de reais. Esses custos para o SUS no periodo de 2002 a 2010 devem ser superiores a 1,3 bilhões de reais, sem considerar os custos diretos e indiretos com as mortes e invalidez,  custos esses que são mais de 27 bilhões no mesmo periodo.

No periodo de 2002 a 2010  o  Brasil registrou 327.512 mortes em acidentes de trânsito, sendo que dessas 62.571 foram de motociclistas. No mesmo periodo  o número de mortes por acidentes de trânsito aumentou em 24,0%,  enquanto as fatalidades atingindo motociclistas aumentaram em 170,7%, passando de 3.744 mortes em 2002 para 10.134 mortes em 2010.

Comparado com outros países, principalmente os integrantes do G-20, do qual o Brasil também participa,  ocupamos a segunda  posição em termos de violência no trânsito.  Enquanto nossa taxa de morte por acidentes de trânsito é de 21,4 por 100 mil habitantes, no Japão (que possui uma frota de veiculo mais do que o dobro da nossa) é de 4,72; na Alemanha 5,45 ; na Franca 6,8; nos EUA (cuja frota de veículo é cinco vezes maior) é de 12  por cem mil habitantes.

O “interessante” é que nesses países, onde as taxas de mortes em acidentes de trânsito já são  consideradas bem baixas, quando comparadas  com o Brasil, assim mesmo os índices de fatalidades nesta categoria nos últimos cinco anos cairam bastante. Na Itália a redução  foi de 46%; naa França de 44%  e na Alemanha de 45%  enquanto no Brasil houve  aumento de 14,1%. No geral e 69,3% nas  fataiidades envolvendo motociclistas.

Estimativas de  entidades que estudam e acompanham a violência no trânsito no Brasil indicam que em 2012 a cada hora cinco pessoas morreram em acidentes de trânsito em nosso país, isto significa mais de 43 mil pessoas, indicando que a escalada deste tipo de violência continua de forma acelerada, apesar das promessas de ações do governo.

As principais causas dos acidentes e das fatalidades  no trânsito no Brasil, ou a chamada violência no trânsito são: a) uso e abuso de álcool; b) imprudência e impericia dos condutores; c) mau estado de conservação dos veículos; d) mau  estado de conservação das vias, e) falta de cumprimento das leis de trânsito , falta de fiscalização, impunidade em geral e, finalmente, f)  legislação branda demais, favorecendo os assassinos do volante.

Nem  precisa dizer que o grande responsivel   por esta carnificina é o  Poder Público,  pela omissão, conivência com práticas criiminosas e pela corrupção que domina vários setores responsáveis pela gestão do trânsito e transporte em nosso país. Enquanto isto,  dezenas de milhares de pessoas perdem as vidas ou ficam com sequelas ou deficiências para o resto da vida. Isto é o Brasil dos belos discursos oficias!

JUACY DA SILVA,professor universitário UFMT, mestre em sociologia, colaborador de Hipernoticias. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Twitter@profjuacy Blogs http://professorjuacy.blogspot.com/  http://www.justicasolidariedade.blogspot.com/  http://www.justicaesolidariedade.blogspot.com/

 

 

AS  AGENDAS DE OBAMA

JUACY DA SILVA
Na última segunda feira, perante quase um milhão de pessoas que se acotovelavam no “mall”, uma área que em Brasília poderia corresponder `a Esplanada dos Ministérios, e mais de 300 milhões nos EUA  e ao redor do mundo, Barack  Obama tomou posse perante o Congresso Americano, para seu segundo mandato, por mais quatro anos.
O interessante é que depois que uma pessoa é eleita e/ou reeleita presidente dos EUA, jamais pode se candidatar a cargo algum, razão pela qual quando um Presidente é empossado para um segundo mandato, geralmente  não sofre as pressões de uma próxima eleição e pode estabelecer compromissos que em seu primeiro mandato ficaram de fora ou apenas foram tangenciados.
Em seu discurso de pouco mais de 15 minutos Obama definiu objetivos e indicou de forma bem  rápida os caminhos que irá seguir pelos próximos quatro anos. Podemos considerar que existem, na verdade, duas agendas. Uma clara que foi detalhada em seu discurso e outra oculta que aos poucos irá tomando corpo, ao longo do segundo mandato.
A agenda explícita está calcada fundamentalmente na plataforma do Partido Democrata, boa parte nem chegou a ser discutida em profundidade durante a campanha pela reeleição. Segundo os Republicanos e outros setores conservadores, esta agenda é extremamente liberal e possivelmente não irá passar facilmente na Câmara Federal (House of Representatives) que é comandada pelo Partido Republicano.
Para contornar este obstáculo, Obama está definindo uma estratégia de ação que vai encurralar os republicanos a partir do apelo que o Presidente tem feito diretamente `a população, enfatizando que tudo de errado que acontece em Washington, D.C. a culpa é dos republicanos. Se esta forma de agir vai dar certo, somente as eleições  de meio do segundo mandato no ano que vem (2014), as chamadas “mid-term elections” vai demonstrar.
Se a população atender aos apelos de OBAMA com certeza o Partido Democrata deverá conquistar a maioria na Câmara e manter ou até ampliar a maioria que tem no Senado e ai, as próximas eleições para Presidente ficariam mais fáceis para os democratas, como aconteceu com Ronald Reagan que após cumprir oito anos de mandato conseguiu eleger Bush (pai) que era seu vice para mais quatro anos.
Os principais pontos desta nova agenda explícita de Obama são:
1)      apelo para uma união nacional, com o fortalecimento da classe média, com vistas a recuperação da economia, criação de empregos e preparar o país para os grandes desafios das próximas décadas;
2)     aprofundamento da reforma da saúde e resgate do sistema de seguro social/previdência/aposentadoria, que anda mal das pernas, sem reduzir benefícios e sem aumentar impostos, ou seja, através de uma gestão mais eficiente e transparente;
3)      reforma imigratória e apoio `a luta pelas liberdades civis, incluindo os direitos das minorias, onde Obama destacou os homosexuais e lésbicas, enfatizando que enquanto tais grupos não tiverem seus direitos reconhecidos como todas as demais pessoas, o país não avança.
4)      ênfaze na questão das mudanças climáticas e outras medidas relacionadas com o meio ambiente e a sustentabilidade, setor que durante  o Governo Bush e o primeiro mandato de Obama foi bastante relegado
5)      açao mais efetiva para combater a violência doméstica, onde o controle e proibição de vendas de armas de guerra possam evitar massacres como os que tem acontecido nas últimas décadas e que têm aumentado de forma grave nos três últimos anos.
6)      uso das negociações,  sem deixar de lado quando necessário o uso da força, para a resolução pacífica dos conflitos internacionais
7)     fim da Guerra no Afeganistão e retirada total das tropas americanas em 2014, reduzindo sobremaneira os elevados custos dessas intervenções militares que acabam desgastando a imagem do país mundo afora.
Em relação `a agenda oculta, a que se refere as relações internacionais, `a política externa e de segurança nacional abordarei oportunamente.
JUACY DA SIVA, professor universitário UFMT, mestre em sociologia, colaborador/articulista de A Gazeta. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Twitter @profjuacy Blog http://www.justicasolidariedade.blogspot.com/

 

 

VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

JUACY DA SILVA

O Brasil é o segundo país no mundo em taxas de mortes po acidentes  com motociclistas, so perdendo para o Paraguai. É também o quinto em total de mortes em acidentes de trânsito, com 40.610  fatalidades em 2010,ficando atraz da Índia, da China (ambos com mais de 1,3 bilhões de habitantes enquanto o Brasil tinha apenas 190 milhões), dos EUA (que também tinha 311 milhões de habitantes  e da Rússia. Entre esses países, o Brasil ostenta a segunda maior taxa de mortalidade por acidentes de trânsito 21,4 por 100 mil habitantes.

Essas taxas variam por regiões e por faixas etárias das vítimas.  A maior taxa é a de idosos/as, com 27,4 por cem mil habitantes, de 26,7na faixa de 20 a 39 anos e de 24,0 na faixa de 40  a 59 anos. O Centro-Oeste possui a maior taxa nacional de 29,0 por 100 mil habitantes.

Em Mato Grosso também a violência no trânsito tem deixado seu rastro de forma triste. Entre 2002 e 2010  foram 7.331 mortes no trânsito, um aumento de 27,3%  das fatalidades no periodo, com um elevado custo social, econômico e financeiro tanto para as instituições públicas quanto para as famílias das  vítimas.

Segundo declarações do Ministro da saúde o SUS registrou 145 mil internações com acidentados  no trânsito em 2010, ao custo de 190 milhões de reais. Esses custos para o SUS no periodo de 2002 a 2010 devem ser superiores a 1,3 bilhões de reais, sem considerar os custos diretos e indiretos com as mortes e invalidez,  custos esses que são mais de 27 bilhões no mesmo periodo.

No periodo de 2002 a 2010  o  Brasil registrou 327.512 mortes em acidentes de trânsito, sendo que dessas 62.571 foram de motociclistas. No mesmo periodo  o número de mortes por acidentes de trânsito aumentou em 24,0%,  enquanto as fatalidades atingindo motociclistas aumentaram em 170,7%, passando de 3.744 mortes em 2002 para 10.134 mortes em 2010.

Comparado com outros países, principalmente os integrantes do G-20, do qual o Brasil também participa,  ocupamos a segunda  posição em termos de violência no trânsito.  Enquanto nossa taxa de morte por acidentes de trânsito é de 21,4 por 100 mil habitantes, no Japão (que possui uma frota de veiculo mais do que o dobro da nossa) é de 4,72; na Alemanha 5,45 ; na Franca 6,8; nos EUA (cuja frota de veículo é cinco vezes maior) é de 12  por cem mil habitantes.

O “interessante” é que nesses países, onde as taxas de mortes em acidentes de trânsito já são  consideradas bem baixas, quando comparadas  com o Brasil, assim mesmo os índices de fatalidades nesta categoria nos últimos cinco anos cairam bastante. Na Itália a redução  foi de 46%; naa França de 44%  e na Alemanha de 45%  enquanto no Brasil houve  aumento de 14,1%. No geral e 69,3% nas  fataiidades envolvendo motociclistas.

Estimativas de  entidades que estudam e acompanham a violência no trânsito no Brasil indicam que em 2012 a cada hora cinco pessoas morreram em acidentes de trânsito em nosso país, isto significa mais de 43 mil pessoas, indicando que a escalada deste tipo de violência continua de forma acelerada, apesar das promessas de ações do governo.

As principais causas dos acidentes e das fatalidades  no trânsito no Brasil, ou a chamada violência no trânsito são: a) uso e abuso de álcool; b) imprudência e impericia dos condutores; c) mau estado de conservação dos veículos; d) mau  estado de conservação das vias, e) falta de cumprimento das leis de trânsito , falta de fiscalização, impunidade em geral e, finalmente, f)  legislação branda demais, favorecendo os assassinos do volante.

Nem  precisa dizer que o grande responsivel   por esta carnificina é o  Poder Público,  pela omissão, conivência com práticas criiminosas e pela corrupção que domina vários setores responsáveis pela gestão do trânsito e transporte em nosso país. Enquanto isto,  dezenas de milhares de pessoas perdem as vidas ou ficam com sequelas ou deficiências para o resto da vida. Isto é o Brasil dos belos discursos oficias!

JUACY DA SILVA,professor universitário UFMT, mestre em sociologia, colaborador de Hipernoticias. Email professor.juacy@yahoo.com.br  Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.zip.net